sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Quando eu morrer
quero todos ao meu redor
Quero flores sobre alvo lençol
E música animada já!
Minhas vestes ,quero-as soltas e leves
E nas minhas mãos um poema de Drummond

Quando eu morrer me enterrem em campo aberto
Sem granito
Nem cimento
Sem nenhum tipo de sentimento que difere do amor
Quando eu morrer
Quero sobre o meu jazigo jaboticabeira plantada
Com mandala pendurada balançando ao vento amigo
Sobretudo , quando eu morrer quero saber ter vivido.



Enviada do meu iPhone

domingo, 12 de outubro de 2014

Domingo

Domingo tardio, mole e quente.

Acordei cheia de suspiros: gostaria de tecer uma tarde inteira de novidades. Queria bordar uma noite de luminares que envolvessem o homem nu e pobre e o tornassem luz. Queria música cadente levada pelos ares e azuis do mundo... O mundo, um pequeno sino que tine e retine as mesmas dores e ideias....

Tive hoje ambições : um 4x4 para correr matos e rios; uma casa, fina tapera de vidro, pau , pedra  e memórias; um tempo para criar, escrever, pintar, cantar, cozinhar- de preferência tudo junto em meio a jabuticabeiras, roseiras e cachoeiras.

Tive hoje pequenos prazeres: colher flores miúdas; tomar banho gelado ,nua; tomar café da manhã quando o relógio dizia que já não era mais hora disso...ah, matar o tempo, quebrar as horas, diluir os prazos.

Tive suspiros, ambições e prazeres...

Tive saudades .

Tive coração cheio de funda alegria pelas sementes que gerei , amamentei e de que cuidei com mãos pequenas de menina franzina. Mãe irmã;moleca mãe. Se o menino é o pai do homem, meus meninos são pais da mãe...me ensinam e me surpreendem...cresceram tão mais do que eu supus um dia...

Tive suspiros, ambições, prazeres, saudades e alegrias.
Acho que é disso que sou feita.

sábado, 28 de agosto de 2010

coisas

Coisas


A vida não tem coisa nenhuma pra dar

Nós é que damos o que não temos

Olho as cortinas fechadas do quarto

Silêncio bom

Infinito

O instrumento gasto no canto da sala

O piano desafinado

As coisas são assim: gastam, envelhecem

Viram cacarecos amontoados

Mas a imaginação renasce

No fim tudo é sonho,

Tudo é futuro

E as coisas sempre podem levar uma mão de tinta

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

oiiiii

Faz tempo que por aqui não apareço. Em breve: dissertação.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

samba na sola

Samba na sola - Céu
brasileiro
do banzo, do pandeiro
calço qualquer calo mesmo
como bom guerreiro
e lutador 

comigo não tem gravata
e se acaso
pego o trem errado
vou-me embora
mas vou com louvor
e com sua permissão
" seu internacional "
longe de mim qualquer desfeita
pega mal
mas esse dom é exclusividade
o samba na sola tem
nacionalidade

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

poesia 2

 
o que me sobra na manhã de 7 de setembro?
a visão do azul
a visão da flor
 a espera...

Poesia 1

UNO

Um moço veio morar no canto de meus olhos escuros.
 Moço bonito.
Trazia pássaros nas ideias e me segredava intenções.
Com pressa, não ficou.
Levou consigo os segredos.
Deixou-me os pássaros.